Vinte aninhos ago, "os meninos" Stefano e Domenico alugaram uma passarela para mostrar os modelitos que-eles mesmos - tinham cortado e costurado. Vinte anos after, ou seja, just now, "os senhores" Stefano e Domenico compraram nada menos do que um antigo teatro milanês e reformaram tudo, só para apresentar the new collection (verão 2006) e, é claro, festejar "teatralmente" o enorme sucesso-fashion da Dolce & Gabbana. Vai daí que, entre cabras, fardos de feno e lustres de cristal (síntese mais que perfeita do universo tumultuado da marca...), o new look mais forte é um tanto quanto Scarlett O'Hara, saiões e mais saiões que... nãonãonão, não foram feitos de cortinas como aconteceu no romance E o Vento Levou, lembra? Olha só: valem rendas negras, tafetás crocantes, prints floridos e laçarote obrigatório apertando a cinturinha de vespa. Se eu fosse você, inventava um luau particular e aparecia assim, toda maravilhosa/deliciosa, pés nus, cabelos emaranhados (como se já tivessem rolado na areia...) e fazia, de uma vez por todas, o coração dele derreter... Ui! Mas, mesmo nas horas - digamos - menos decisivas, o estilo Dolce & Gabbana é... pois é! Falsas virgens usando saias e anáguas de laise branca i-ma-cu-la-da!, as alças dos decotes escorregando, escorregando... Mocinhas pegando fogo dentro de vestidos boêmios (corsets cada vez mais cada vez...) feitos de tafetá de seda ou de cetim vermelho... Flores do campo - lindamente bordadas - brotam nos vestidos brancos d'après midi. A silhueta é quase sempre simples e sexy e vai que vai surfando pelas curvas do corpo. Adoro esses chapelões de palha imensos (claro, queridinha, estamos em pleno verão siciliano...) e essas sandálias de plataformas "robustas" andando pra lá e pra cá. O quê??? Você acha isso tudo meio kitsch?? Tudo bem, mas - sente - corre uma energia vital nessa moda, o tempo todo. E, como bem dizia minha deusa Diana Vreeland, "um pouco de mau gosto é sempre fundamental".