Um dia para entrar para a história do Brasil. Ao desfilar no Rolls-Royce conversível Silver Wraith, de 1952, pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a primeira mulher presidente do País,
Dilma Rousseff (63), mostrava, ao lado da filha, a advogada
Paula Rousseff Araújo (34), uma emoção pouco comum à política, conhecida como durona. Dilma acenou e distribuiu beijos à população que foi assistir de perto à sua posse. "Agora, sou presidenta de todos os brasileiros", declarou ela, com a voz embar- gada e olhos lacrimejantes. Ao longo do trajeto, a líder máxima da nação foi acompanhada por mulheres da Polícia Rodoviária Federal - fato inédito neste tipo de cerimônia -, batedores, policiais do Batalhão de Operações Especiais e 38 militares da escolta montada, integrantes dos Dragões da Independência.
Enquanto Dilma saudava o povo, na rampa do Palácio do Planalto a banda do Batalhão da Guarda Presidencial descontraía a multidão tocando canções co- mo Tá no Jeito de Olhar, da dupla Bruno & Marrone, e Beijar na Boca, de
Claudia Leitte(30). Mas bastou a presidente chegar para voltar a imperar a formali- dade da ocasião. Ao descer do automóvel presidencial - que já foi usado por
Juscelino Kubitschek (1902-1976),
José Sarney (80),
Fernando Henrique Cardoso (79) e
Luiz Inácio Lula da Silva (65) - Dilma demonstrou a elegância e sobriedade que o cargo lhe exige. Deixou de lado os ter- ninhos habituais e surpreendeu ao usar um tubinho branco pero- lado arrematado por casaqueto com dois botões e mangas 3⁄4 de organza francesa com aplicações de fita de cetim. O modelo de
A alfaiataria feito sob medida para o momento teve a assinatura da estilista gaúcha
Luísa Stadtlander (62), que também assinou o vestido de noiva de Paula Rousseff, em 2008, e o longo azul usado pela presidente na boda da única herdeira. Nos pés, scarpins claros com saltos médios, ideias para o dia que exigiu bastante de Dilma. A maquiagem, sem ousadias, e o cabelo um pouco mais aloirado ficaram por conta de
Celso Kamura (50), cabeleireiro indicado pela senadora
Marta Suplicy (64). Brincos e gargantilha de pérola e uma pulseira que ostentava um olho grego - para espantar o mau olhado e a inveja - completaram o look.
Na companhia de seu vice-presidente,
Michel Temer (70), Dilma subiu a rampa para receber das mãos do amigo, companheiro de campanha e agora ex-chefe, Lula, a faixa presidencial. "Volto para casa com a cabeça erguida", afirmou ele, ao lado da mulher,
Marisa Letícia (60), outra que deu show de bom gosto com conjunto de saia, blusa e tailleur que combinavam tons de cinza e prata. Quem também chamou a atenção foi a eleita de Temer,
Marcela (27). Miss Campinas 2002, a bela optou por blusa ssimétrica na cor café e saia nude de cetim com cintura alta. As madeixas presas em despojada trança lateral realçaram seus traços delicados. De joias, apenas um par de brincos de pérolas e a aliança. "Minha mulher é bonita, muito discreta e uma grande companheira", garantiu o apaixonado vice-presidente, casado com Marcela há sete anos e com quem tem um filho,
Michel (2).
Entre aqueles que foram prestigiar a nova mandatária do Brasil estavam os atores
José de Abreu (64) e
Antônio Grassi (56). "Já estive em outras posses e só mesmo uma mulher para acompanhar o antigo presidente até a saída. Dilma demonstrou carinho e respeito com Lula", observou Zé, se referindo ao ato da presidente ao quebrar o protocolo e descer a rampa do Planalto de braços dados com Lula. O sempre estiloso
Antônio Pitanga (71) se destacou ao lado da mulher, a deputada federal
Benedita da Silva (68), com seu terno risca de giz branco e chapéu panamá. A nova ministra da Cultura,
Ana de Hollanda (62), irmã de
Chico Buarque (66), também arrasou ao usar modelito by
Ronaldo Fraga (44). "É uma responsabilidade grande assumir um cargo que já foi de Gilberto Gil, mas estou entusiasmada. Esta decisão da presidente de colocar mais ministras em seu governo é uma oportunidade de mudar a mentalidade machista de que a mulher não tem capacidade de ocupar postos importantes", declarou Ana.
Vários chefes e representantes de governos estrangeiros estive- ram na capital federal para acompanhar o disputado evento, como o príncipe de Astúrias,
Felipe de Borbón (42) - herdeiro da coroa espanhola, que foi uma das personalidades internacionais a ser recebida oficialmente no pri- meiro dia de trabalho da presidente, no domingo seguinte à posse -,
Hillary Clinton (63), secretária de Estado dos EUA, os presidentes
Juan Manuel Santos (59), da Colômbia,
Sebastián Piñera (61), do Chile,
Hugo Chávez (56), da Venezuela, e o primeiro-ministro de Portugal,
José Sócrates (53).