Dia Nacional da Psoríase discute a discriminação aos portadores

por Patrícia Guedes Rittes* (CRM 48444) Publicado em 29/10/2008, às 12h48 - Atualizado em 07/07/2010, às 18h11

O 29 de outubro é o Dia Mundial da Psoríase. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove, nesta data, o Dia Nacional da Psoríase. Médicos afiliados em 11 Estados prestarão esclarecimentos e orientações sobre a doença para a população e, em especial, para os portadores e familiares. O objetivo das ações promovidas pela SBD será diminuir o preconceito e dar mais qualidade de vida a quem tem a doença. A psoríase caracteriza-se pelo surgimento de placas avermelhadas, secas e descamativas na pele. Pode haver uma placa só ou várias, que às vezes se ligam formando grandes e feias placas. Muitas pessoas têm receio de se contaminar - embora isso não seja possível - e discriminam os portadores. Eles se sentem diminuídos e sua auto-estima despenca. É importante esclarecer tais questões, como vem fazendo a SBD, para acabar com o preconceito. A psoríase atinge 2% a 3% da população, em geral de maneira crônica. Calcula-se que sejam 130 milhões os portadores no planeta. Atinge homens e mulheres. Pode surgir em qualquer fase da vida, mas normalmente aparece na terceira e na quarta décadas. Às vezes ocorre no corpo inteiro, porém é mais comum nos cotovelos, joelhos, couro cabeludo, planta dos pés e palma das mãos. Trata-se de uma inflamação com a proliferação anormal dos queratinócitos (um tipo de célula), o que leva ao espessamento e à formação de placas na pele. Ainda não se conhece a causa da doença. Mas se sabe que ocorre em pessoas com disposição genética - 30% dos pacientes têm outros casos na família. O mecanismo de sua formação é este: submetido a estresse intenso, ocorre uma proliferacão exagerada das células da epiderme e a inflamacão, levando à psoríase. Outros desencadeadores ou agravantes são: infecções, ingestão de bebidas alcoólicas em excesso, distúrbios endócrinos e metabólicos, variações climáticas e traumas cutâneos químicos, elétricos, por cirurgias, batidas e queimaduras. A doença tem várias formas. Psoríase vulgar ou em placas. Constitui 90% dos casos. Ocorre mais nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo. Se a pele "rachar", dói e pode se contaminar com bactérias, formando feridas. Psoríase em gotas. Manifesta-se como uma espécie de "gotas". É mais freqüente em crianças, adolescentes e adultos jovens. Em geral é precedida de infecção por estreptococo, sobretudo nas vias aéreas superiores. Psoríase eritrodérmica. Manifesta-se por vermelhidão na pele e descamação discreta. Ocorre mais em pessoas imunodeprimidas por aids e em quem inicia a ingestão de medicamentos como antiinflamatórios com corticóide ou a interrompe bruscamente. Psoríase artropática. Caracteriza-se pelo surgimento de várias placas na pele. Ataca também as articulações, sobretudo as dos dedos das mãos. Psoríase pustulosa. Manifesta-se por lesões com pus. Pode aparecer em quem já tem a forma vulgar em conseqüência de interrupção da ingestão de antiinflamatório com corticóide, infecções e irritação local. O diagnóstico da psoríase é clínico. Há várias possibilidades de tratamento, como pomadas e cremes de aplicação local, acupuntura, exposição aos raios do Sol e a laser e remédios imunossupressores. A mais nova e promissora arma no combate à doença são as drogas biológicas, assim chamadas porque agem sobre substâncias produzidas pelo próprio organismo, como o fator de necrose tumoral-Alfa (TNF-Alfa), que participam do estabelecimento da inflamação.
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