A personalidade intensa de
Danni Carlos (34), segunda colocada do programa
A Fazenda, da Record, se reflete na decoração
vintage do seu apartamento na Gávea, Rio. A roqueira, que já largou o conforto da família para sobreviver como artista de rua na Europa, aos 20 anos, reuniu peças de antiquários e artigos comprados em viagens, restaurantes e até na casa de amigos para compor o seu lar. No entanto, a impulsividade que marcou sua vida perdeu força durante os três meses em que ficou confinada no
reality show.
"Tive que exercer a paciência para conviver com as outras pessoas. Contar até dez nem sempre é o suficiente. Descobri que os dois lados perdem numa briga, mesmo quando se tem razão", analisa Danni, que parou de falar com o ator
Dado Dolabella (29), vitorioso no programa, nos últimos dias da atração.
"Conversamos e vimos que no fundo era uma coisa boba, ciúmes. Agora está tudo bem", garante ela. O período de isolamento também pôs à prova o sentimento pelo cinegrafista
Ricardo 'Mãozuco' (38), com quem namora há seis meses.
"Nos separamos no auge da paixão. Pensava: ele pode querer outra pessoa na semana que vem. Agora, estamos mais fortes", conta. Antes de entrar em estúdio para gravar seu oitavo álbum, o segundo com músicas autorais, prepara-se para mais um desafio: estrear como atriz no longa-metragem
Quanto Dura o Amor?, do diretor
Roberto Moreira (48), previsto para ser lançado em outubro.
- Foi difícil pôr o namoro à prova logo em seu início?
- Foi sofrido para nós dois, mas o reencontro foi algo maravilhoso. Já passei da fase de me preocupar se vou casar ou ter filhos com alguém. O mais importante é explorar o amor ao máximo e vivêlo intensamente. Os planos acontecem de uma maneira natural.
- Sente vontade de ter filhos?
- Nunca tive explosão biológica. Fazer um é muito sério. Fui filha da paixão e quero que os meus também sejam, com o casal querendo. Filho não é projeto, é arte.
- Você é impulsiva...
- Tenho um bichinho no fundo da alma que nunca está satisfeito. Quando as coisas ficam sem sentido, busco o meu.
- O que mudou nesses meses em que ficou confinada?
- Embora não pareça, era insegura. Saí do programa com menos medo de tomar decisões, de dizer não. Me arrisco mais.
- Acredita que tenha se tornado menos imperativa?
- Já estava um pouco 'amaciada' antes. Acho que fui testada. Curti saber que sou adaptável, mas preciso pegar gosto pelas coisas. Como me apaixonei pelos animais, fazia as tarefas com prazer. Estou até com vontade de ter uma ovelha, mas vou ver se isso passa
(risos).
- Como avalia a sua participação no programa?
- Foi a coisa mais radical que fiz. Queria mostrar como funciona o processo de composição, que geralmente ocorre no quarto, de madrugada, hora de maior solidão do músico. Agora, toco uma canção nova no show e já sabem a letra. Nunca havia acontecido.
- Você ficou marcada como cover no início da carreira. Isso atrapalhou seu reconhecimento?
- Pelo contrário. Ganhei três Discos de Ouro, tudo no boca a boca. Preservei minha vida até então. Sempre fui reservada, o que é contraditório, já que me joguei num
reality. Minha mãe fala que não sou bipolar, mas tripolar. Sou é caleidoscópica!
- E a estreia no cinema?
- Na verdade, havia feito uma participação carinhosa em
Mulher Invisível, mas considero
Quanto Dura o Amor? minha verdadeira estreia cinematográfica. No longa, sou uma cantora, Justine, que se envolve em um triângulo amoroso com
Paulinho Vilhena e Silvia Lourenço. O filme foi um convite do diretor, mas fiz testes para entrar no elenco. Prefiro assim a ouvir que fui chamada por amizade.
- Pretende seguir a carreira?
- Desafios me dão prazer. Gostei muito de fazer cinema, é quase terapêutico, você pode falar outra coisa que não seja sobre a sua vida. Mas a prioridade é a música. l