NA OITAVA EDIÇÃO DO PRÊMIO GRAMMY LATINO, A BAIANA LEVANTA A PLATÉIA E LEVA O TROFÉU DE MELHOR ÁLBUM DE RAÍZES BRASILEIRAS
por Ana Ligia Sampaio e Marta De Divitiis
Os americanos brincam:
"O que acontece em Las Vegas, fica em Las Vegas." Mas na noite de quinta-feira, 8 de novembro, um evento realizado na
"Cidade do Pecado" ecoou por mais de 100 países: a entrega do 8o Grammy Latino. Por três horas, a música cantada em espanhol e em português foi reverenciada com a entrega de prêmios em 49 categorias e shows ao vivo no hotel Mandalay Bay. O Brasil foi aclamado com a vitória de
Daniela Mercury (42), que faturou o Melhor Álbum de Música Regional ou de Raízes Brasileiras,
Caetano Veloso (65), Melhor Cantor e Compositor pelo álbum Cê, e Melhor Música Brasileira,
Não me Arrependo,
Aline Barros (31), Melhor Álbum Cristão em Língua Portuguesa,
Lobão (50), Melhor Ábum de Rock Brasileiro,
Zeca Pagodinho (48), Melhor Álbum de Samba/Pagode,
Lenine (48), Melhor Álbum de Pop Brasileiro,
Leny Andrade (64) e
César Camargo Mariano (64), Ao Vivo, Melhor Álbum de MPB, e
Cauby Peixoto (76), Melhor Álbum Romântico, Eternamente Cauby - 55 Anos de Carreira.
"Muitos brasileiros são conhecidos por aqui; levar um Grammy significa abrir portas importantíssimas. É uma alegria enorme, quero dedicar o prêmio à minha cidade e ao meu país", disse la Mercury, baiana de Salvador. Ela vestiu três looks na noite: um azul para a chegada, um micro vermelho e preto para a performance no palco e, para receber o gramofone dourado, um rebuscado longo branco de renda renascença com detalhes em cetim da designer alagoana
Martha Medeiros.
O ídolo dominicano
Juan Luis Guerra (51) foi o grande vencedor do Grammy Latino 2007, levando cinco prêmios.
"Nos últimos dias, passamos por momentos muito difíceis. Mas somos um povo forte e valente e, sobretudo, uma terra cheia de paz, glória e amor", emendou Guerra, se referindo à Tempestade Noel, que devastou a República Dominicana há algumas semanas.
Criada pelo casal
Emílio (54) e
Gloria Estefan (50), a premiação teve encontros inusitados. Ricky Martin e o grupo performático Blue Man Group encerraram a música
La Bomba tocando tambores que espirravam tinta colorida. Os italianos
Laura Pausini (33) e
Andrea Bocelli (49) dividiram vocais de Vive Ya e dedicaram a canção ao tenor
Luciano Pavarotti, morto no início de setembro.
"Devo ir ao Brasil até o final de 2008", avisou Laura.
Americano de ascendência mexicana,
Pepe Aguilar (39) apresentou- se vestido a caráter como
ranchero e acompanhado de
12 mariachis. Houve ainda performance do duo mexicano Jesse & Joy, dos panamenhos Miguel Bosé (51) e Bimba, da espanhola
Shaila Dúrcal (28), do mexicano
Aleks Syntek (38), e dos grupos La 5ta Estación e Primavera. Com a atriz mexicana
Lucero (38) e o comediante
Eugenio Derbez (45) como anfitriões, o evento mostrou-se democrático desde o tapete vermelho. Para elas, longos de cores marcantes, metalizados em tons de bronze e prata, e muitos pretinhos. A cantora porto-riquenha
Ivy Queen (35) usou diferentes
looks para o tapete vermelho e palco. A carioca Aline Barros também derrapou no estilo com um longo verde, mas deixou a noite com seu Grammy, o mais almejado dos acessórios.
Revelado no programa de
Raul Gil (69), o cantor
Ricky Vallens (29) caprichou na produção para seu début internacional: desenhou o próprio terno, bordado de lantejoulas pretas como se fossem riscas de giz. "
Antes só me imaginava num lugar desses como tiete, jamais como concorrente a um prêmio", confessou ele, indicado na categoria Revelação.