Cuidado. Infecções na bexiga podem esconder doenças muito mais graves

Redação Publicado em 20/11/2012, às 12h42 - Atualizado em 26/11/2012, às 22h48

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Cistite é a inflamação da bexiga causada por infecção ou irritação local. Afeta mais as mulheres — a relação é de 10 para cada homem — porque a uretra (canal que leva a urina da bexiga para fora do organismo) delas tem cerca de 2 centímetros de comprimento, enquanto a do homem chega a 25 centímetros. Com isso, é mais fácil que bactérias dos intestinos, em especial a Escherichia coli, entrem no aparelho urinário feminino.

A doença pode ocorrer em qualquer fase da vida, mas é mais frequente em alguns períodos. Meninas bem novas, por exemplo, podem ter cistite porque não aprenderam a fazer corretamente a higiene após evacuar. A limpeza deve ser feita da frente para trás, mas muitas fazem o contrário. Nas mulheres adultas, sexualmente ativas, várias podem ser as causas: traumatismo local, no início da atividade sexual; prática de sexo anal e depois vaginal, que pode levar bactérias do ânus para perto da uretra; e uso de cremes espermaticidas, que alteram o ambiente vaginal e favorecem a colonização de bactérias.

Alterações hormonais como as que ocorrem na menopausa também modificam as condições de defesa da uretra, facilitando a ocorrência da cistite. Outras causas são as alterações na dinâmica funcional da bexiga, como nos casos de bexiga hiperativa ou quando há dificuldade para esvaziá-la; na presença de endometriose na bexiga; após tratamento radioterápico pélvico; se houver uma doença autoimune; ou nos casos de cistite intersticial, forma crônica da doença.

Em meninos, a causa pode ser algum problema congênito na uretra, que dificulte a passagem da urina; ou o refluxo de urina da bexiga para os rins, o que também pode acontecer com mulheres. Em homens adultos, especialmente após os 60 anos, a doença  costuma estar associada ao crescimento da próstata, que dificulta o esvaziamento da bexiga.

De modo geral, a inflamação provoca ardência ao urinar e altera o ritmo da micção (é preciso urinar mais vezes). Outros sintomas são: urgência miccional, distensão na porção inferior do abdome, dor suprapúbica e, às vezes, urina com aparência turva e odor forte. São sintomas que interferem nas atividades diárias da pessoa, pelo desconforto e dor — que pioram nas relações sexuais ou quando há ingestão de frutas ácidas ou bebidas alcóolicas. 

Algumas medidas básicas podem prevenir a cistite: atenção à higiene toda vez que for ao banheiro; adoção do hábito de urinar após as relações sexuais, o que facilita a eliminação dos microrganismos; e beber pelo menos 2 litros de água todos os dias. 

O diagnóstico é feito com exame de urina e urocultura. Casos crônicos exigem exames de imagens do trato urinário, estudo urodinâmico e, às vezes, endoscopia da uretra e da bexiga, com biópsias locais. O tratamento é feito com antibióticos ou quimioterápicos por um período de 3 a 7 dias. 

Quem tem cistite crônica deve consultar logo o urologista, porque as infecções podem ser indício de doenças sérias, como cálculos nas vias urinárias, tuberculose urinária, tumores malignos nas vias excretoras ou na bexiga, disfunções neurovesicais, entre outras.

A cistite não deve ser negligenciada nunca. Se a bactéria não for combatida corretamente, poderá migrar para os rins, desencadeando  infecção renal, a pielonefrite aguda, que causa febre, prostração e dores na região lombar. Isso precisa ser tratado com urgência, porque existe o risco de uma infecção generalizada.

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