Consumo de shiitake cru ou mal cozido pode causar alergia na pele

Redação Publicado em 18/09/2012, às 10h50 - Atualizado às 11h18

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Dermatite, como você sabe, é inflamação da pele. As dermatites se caracterizam por lesões avermelhadas que, com frequência, coçam muito. Elas podem surgir tanto em consequência do contato com substâncias como detergentes, corantes e outros produtos industriais, quanto pela ingestão de alguns remédios e alimentos.

No final do século passado se descobriu que a doença pode ser desencadeada também por shiitake ingerido cru ou mal cozido. Ela foi descrita pela primeira vez, aliás, em 1977, pelo médico japonês T. Nakamura. Sabe-se que o cogumelo, segundo mais consumido em todo o planeta, libera no organismo algumas substâncias que provocam uma dilatação dos vasos sanguíneos. Com isso, cerca de 24 horas depois da ingestão do alimento, algumas pessoas podem apresentar lesões avermelhadas na pele principalmente do tórax e das costas, acompanhadas de coceira intensa. Como as marcas na pele se assemelham a chicotadas, a doença é com frequência chamada também dermatite flagelada por shiitake.

A doença, segundo estudos recentes, está associada também à exposição aos raios solares. Assim, a vermelhidão e as lesões que caracterizam esta dermatite se desenvolvem com mais intensidade após a pessoa tomar sol. O uso de medicamentos como diuréticos também pode ter relação com a maior intensidade das lesões em pessoas sensíveis ao contato com a substância alergênica.

Quando o portador interrompe o consumo de shiitake e a exposição ao sol, mesmo se não fizer tratamento, em geral em cerca de duas semanas a inflamação da pele e a coceira desaparecem. Mas, ao primeiro sintoma da dermatite, é prudente que consulte um dermatologista. Boa alternativa no setor público para a maioria da população, que não tem seguro de saúde, é buscar um especialista no Departamento de Dermatologia das Faculdades Federais e Estaduais existentes nas capitais e em cidades grandes. O maior perigo é a contaminação das lesões por bactérias, em consequência das dilacerações na pele provocadas sobretudo pelo ato de coçar.

O diagnóstico é clínico, ou seja, o médico conversa com o doente e examina sua pele para traçar um histórico da doença. Como ainda é pouco conhecida, pode ser confundida com outras doenças de pele. Por isso, é importante que o paciente informe ao médico se consumiu ou não shiitake. O diagnóstico às vezes é mais difícil também porque, como disse, quando atinge as crianças pode ser confundida com agressões físicas. Caso o especialista tenha alguma dúvida, pode comprová-la com exame de sangue. Alterações em alguns parâmetros, como um discreto aumento no número de glóbulos brancos, podem constituir-se em uma indicação da alergia. 

No caso de uma dermatite mais leve, de menor extensão e sem comprometimento, o tratamento é feito com medicamentos antialérgicos, tomados por via oral, ou com pomadas, aplicadas diretamente nas feridas. Nas situações mais graves, pode ser necessário recorrer aos anti-inflamatórios com corticoides. Quando ocorre a contaminação das feridas por bactérias, trata-se com antibiótico, claro.

Vale lembrar que, quando uma pessoa apresenta alergia ao shiitake, ela nunca mais poderá voltar a consumi-lo cru nem mal cozido ou malpassado, pois pode reaparecer.

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