Aos 61 anos, o cantor e compositor
Chico Buarque se despiu. E foi usando apenas um mapa do Rio de Janeiro projetado em seu corpo através de
slides, que ele posou para a capa de seu novo CD,
Carioca, o primeiro de músicas inéditas desde
As Cidades, de 1998. O nome escolhido é ao mesmo tempo uma homenagem à sua cidade natal e uma lembrança do apelido que ganhou em São Paulo, para onde seus pais se mudaram quando ele fez 2 anos. "
Sou carioca
do Lido e passava as férias na casa da minha avó, em Copacabana. Meu time era o Fluminense, meu sotaque era carioca, vivia queimado de sol. Ser carioca era motivo de orgulho, era quase covardia. Agora não é mais... E talvez por isso seja um bom momento para me afirmar carioca", disse Chico em entrevista exclusiva ao jornal O Globo.
A idéia de exaltar a Cidade Maravilhosa passa longe da nostalgia. Chico faz questão de dizer que não pensava no Rio da bossa nova e de
Vinicius de Moraes (1913- 1980) quando compôs
Subúrbio, uma das 12 faixas do CD. "
Todo mundo fala do Rio de antigamente. Quero falar de hoje. Quero falar da Lapa e do renascimento do samba. Esse é o meu Rio: o da Central do Brasil, que quer vencer a violência e viver em paz", completou ele, que cita a cidade em outras canções do CD, como
Leve e
Imagina.