O pâncreas é uma glândula alongada que se localiza atrás do estômago. Divide-se em três partes: cabeça, a porção mais volumosa; corpo, a porção média, mais estreita; e cauda, a porção terminal, fina. Produz enzimas que vão para o duodeno, parte inicial do intestino delgado, ajudar na digestão dos alimentos. E produz também hormônios como insulina e glucagon, essenciais para a manutenção dos níves orgânicos de glicose. Infelizmente, como grande
parte das estruturas e dos órgãos humanos, pode desenvolver o câncer.
O câncer, de pâncreas manifesta-se em homens e mulheres após os 50 anos. Como os tumores dos órgãos do aparelho digestivo, é mais frequente na população masculina. Cerca de 70% dos casos ocorrem na porção da glândula chamada cabeça. Pode ser desencadeado por tabagismo; pelo consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras, sobretudo as animais; e pelas doenças inflamatórias crônicas do pâncreas, como a pancreatite. A predisposição genética também aumenta o risco. Portadores de câncer de pâncreas, por outro lado, muitas vezes têm história recente de diabetes. Ainda não se sabe, porém, se o diabetes leva ao câncer ou se o câncer leva ao diabetes.
Como a maioria dos tumores de pâncreas ocorre na cabeça, o primeiro sintoma em geral é amarelão (icterícia) na pele e namucosa da boca e dos olhos. Outros sintomas são: coceira na pele, emagrecimento, urina escura, fezes claras e dor na região do abdome em que se localiza o tumor. Quando se localiza na cauda, é comum a dor irradiar para as costas.
O câncer de pâncreas é relativamente raro, mas é um dos que mais matam, junto com os de mama, de pulmão, colorretal e de estômago. Isso se deve ao fato de que os tumores iniciais muitas vezes não produzem sintomas. Quando aparecem, é comum a doença já estar em uma fase avançada e o tratamento ficar mais difícil. Outro complicador para o diagnóstico precoce é que dor nas costas é um sintoma comum nas pessoas com mais de 50 anos. Assim, ou não a levam a sério ou vão ao ortopedista. Ele indica um tratamento e não suspeita do câncer.
Pessoas com mais de 50 anos que têm os sintomas descritos, sobretudo com histórico de câncer de pâncreas ou do aparelho digestivo na família, devem consultar um médico gastroenterologista ou oncologista. Indivíduos com dores lombares, que tenham outros dos sintomas citados, também devem considerar a
hipótese de câncer e consultar o especialista.
O dignóstico inicial é clínico, pela história do paciente e pelo examefísico geral e do abdome. A doença é comprovada comos exames de sangue e imagem. Caso se suspeite de câncer de pâncreas, deve fazer tomografia,de preferência em espiral, que permite visualizar muito bem o órgão. Faz-se também tomografia de tórax ou de pulmão, para saber se houve metástase.
Tumores que não invadem estruturas vizinhas, principalmenteartérias, são tratados com cirurgia. Pode ser necessário fazer também quimioterapia e/ou radioterapia para "matar" eventuais células cancerosas que possam ter invadido estruturas na região ou a distância. Quando o tumor é maior, invadiu estruturas próximas ou produziu metástase a distância, usa-se quimioterapia e/ou radioterapia. Nessa situação, o tratamento visa diminuir o tamanho do tumor e aumentar a qualidade de vida e a sobrevida do paciente.