Ao Portal CARAS, Caio Blat contou como foram os três meses no Xingu para realização de um filme sobre os irmãos Villas-Bôas, fundadores do Parque Nacional do Xingu, e ainda trouxe relatos de sua experiência no Capão Redondo para o longa ‘Bróder’
Saindo do Capão Redondo, periferia de São Paulo, cenário do filme
Bróder, de
Jefferson De,
Caio Blat se embrenhou pela mata do Xingu, ao norte do Mato Grosso, para encarar um novo desafio dos cinemas: a história dos irmãos Villas-Bôas, fundadores do Parque Nacional Indígena do Xingu.
Com direção de
Cao Hamburguer, o filme estreia em 2011 (ainda sem data definida) com um discurso bem atual: consciência ambiental. Sobre o assunto, Blat é categórico:
"Três meses na mata me fizeram descobrir que os índios têm a chave da consciência ambiental. As mudanças climáticas estão nítidas, todo mundo fala de sustentabilidade mas a única cultura sustentável é a indígena", relatou Caio ao
Portal CARAS.
Durante o período de filmagens, Caio passou todo o tempo vivendo ao lado dos índios do Xingu e aprendendo sobre sua rotina e cultura peculiar. O convívio permitiu ao intérprete se apaixonar por seu personagem no longa
Xingu: Leonardo, um dos irmãos Villas-Bôas, escalados pelo presidente
Getúlio Vargas para excursionar entre as zonas da mata para abrir pontos de pouso de avião na área.
"Ninguém conhecia aquela região, porque era inacessível. Foi então que os irmãos Villas-Bôas foram chamados, passando de quatro a cinco anos naquele território sendo atacados, ameaçados com flechas e conseguindo atravessar aquele território até encontrar civilizações no Xingu. Ali, o Leonardo vai se apaixonar por uma bela índia", adianta o ator.
A bela índia na qual Blat se refere, na trama, foi um dos muitos motivos dos irmãos Villas-Bôas iniciarem uma luta para preservar a área, fundando, então, o Parque Nacional do Xingu - área de reserva indígena. O que parece um final feliz, no entanto, não consegue barrar os preconceitos da época.
"Leonardo acaba engravidando a índia e, por causa disso, a imprensa cai em cima dele; ele é boicotado e tem que partir do Xingu, deixando a amada e seu filho. Considero esse personagem o mais humano de todos", se encantou Caio. No elenco, ainda estão os atores
Felipe Camargo e
João Miguel completando o trio de irmãos.
Brodér
Apesar da vivência intensa,
Xingu é um respiro no currículo do ator que acaba de chegar de filmagens pesadas para o longa
Bróder, em que vive um jovem morador do bairro Capão Redondo, na periferia de São Paulo, que flerta com o crime eminente na região. Para se adaptar a essa realidade, Blat migrou para Capão Redondo e se familiarizou com moradores.
"Foi muito importante ir para lá. A história do Capão Redondo é única. São muitas as histórias de superações que marcaram famílias e, por esse motivo, achei importante andar pelo bairro com antecedência e ouvir relatos que envolvem o crime da região. E, também, para ser aceito . Se iria representar um deles, precisava ser aceito. Após um mês, eu notava que as crianças já me chamavam pelo nome do personagens nas ruas", recordou, aos risos.
A história de Macu, personagem de Caio Blat no filme que ainda traz
Jonathan Haagensen e
Silvio Guindane como três amigos que se reencontram, atravessou o mundo e foi parar no Festival de Berlim, na Alemanha. Lá fora, o longa, que chega aos cinemas brasileiros no dia 18 de março, fez muito sucesso.
"Uma das sessões tinha 120 lugares e estava completamente lotada, lembrou Blat.
"Assim que acabou o filme e abriram espaço para as perguntas, apontaram para mim e disseram que queriam fazer perguntas ao produtor do filme (risos). Não me reconheceram!" - Mais uma prova da versatilidade e brilhantismo de Caio, estrela do nosso cinema.