O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou no final do ano passado, no Rio de Janeiro, as estimativas sobre a incidência de câncer no Brasil em 2010. De acordo com a entidade, o país deve ter 489270 novos casos da doença, sendo 253030 (52%) nas mulheres e 236240 (48%) nos homens. Esses números, é preciso destacar, são próximos dos registrados nos últimos dois anos, com uma leve tendência ao crescimento.
As estimativas não computam os números do câncer mais comum em homens e mulheres no país, que é o de pele não melanoma. Segundo o Inca, essa doença terá 114000 casos novos em 2010, o que representará 23% da incidência dos mais de 100 tipos de câncer existentes. A causa é a exposição excessiva ao sol. Felizmente, ao contrário dos outros, é um câncer que cresce lentamente e demora para se espalhar para outros órgãos, facilitando o tratamento e, portanto, também a cura.
Os outros cânceres mais frequentes nas mulheres brasileiras, de outro lado, são: mama, colo de útero, cólon e reto, pulmão, estômago, leucemias, oral, pele melanoma e esôfago. Nos homens, os mais frequentes são: próstata, pulmão, cólon e reto, estômago, oral, esôfago, leucemias e pele melanoma.
O câncer ocorre, vale relembrar, quando os mecanismos internos de uma célula se alteram e seu "programa" original é alterado. Essa célula anormal não apenas não morre como ainda passa a dividir-se de maneira acelerada e forma um tumor, que pode ser benigno ou maligno. Chama-se tumor benigno o que cresce devagar e não se espalha para outros órgãos e tecidos. Maligno, de outro lado, é o que cresce rapidamente e se espalhar para outros órgãos e tecidos.
A doença pode desenvolver-se em homens e mulheres com ou sem predisposição genética. Favorecem seu surgimento: tabagismo, alcoolismo, alimentação rica em gorduras animais e pobre em frutas, verduras e vegetais, sedentarismo, obesidade, falta de higiene, exposição excessiva ao sol, vírus e outros agentes infecciosos, aditivos alimentares como corantes e conservantes, exposição a agentes químicos, radiações, estresse.
Câncer é grave é pode matar. O pior é que, na fase inicial, muitas vezes não dá sintomas. Normalmente aparecem apenas nas fases mais avançadas. Algumas indicações são: mudança repentina no hábito intestinal ou urinário; feridas que não cicatrizam; dores ou incômodos abdominais; sangramentos não usuais; inchaço ou nódulos na mama e em outros órgãos; indigestão ou dificuldade para engolir; mudanças de cor e/ou de forma em verrugas e pintas na pele; tosse ou rouquidão que persiste por mais de duas semanas.
Pode-se minimizar o risco da moléstia com algumas medidas básicas: abandone o tabagismo e não consuma bebidas alcoólicas em excesso, adote uma alimentação saudável e pratique atividades físicas. Também é importante consultar periodicamente o médico e fazer os exames indicados para cada fase da vida. A mulher, a partir do momento em que inicia a atividade sexual, deve fazer o autoexame de mama pelo menos mensalmente e consultar o ginecologista uma vez ao ano. O homem, a partir dos 50 anos, deve cuidar em especial da próstata. À menor indicação da doença, enfim, é fundamental consultar o médico. Câncer que é detectado no início tem maior chance de cura.