Priorizar a vida pessoal. Essa é a meta da atriz Rachel Ripani (34) para 2010, após um ano exaustivo de trabalho, mas compensador por conta do sucesso como a Tatiana na novela Caras & Bocas, que terminou dia 8 de janeiro. "Ser mãe é o meu maior objetivo. Esse desejo vem antes mesmo de ter alguém com quem possa realizar isso. Mas não quero produção independente. Sonho ter um companheiro de jornada, que construa um futuro e uma família ao meu lado. Às vezes, nós focamos tanto na carreira, que esquecemos de nos cuidar. Mas os projetos de vida também são muito importantes", reflete ela.
A atriz não se arrepende do investimento profissional, apesar de, logo no início das gravações da novela, ter acabado o namoro de três anos com o ator Joca Andreazza (46). Os dois conseguiram manter uma relação de amizade e passaram até o réveillon juntos. "Conversamos muito durante o ano passado, continuamos dando força um para o outro, mas sem ter um envolvimento", ressalta a atriz, que produziu e traduziu o texto da peça Anatomia Frozen, em que Joca atua. O espetáculo, em cartaz no Espaço Parlapatões, SP, foi escolhido como Melhor Direção de Teatro, de 2009, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte.
Apesar do objetivo claro e definido, Rachel não vai se desvencilhar totalmente do trabalho este ano e se prepara para mostrar novas facetas ao grande público. A atriz está gravando um CD autoral, todo em inglês e francês, previsto para ser lançado até abril. As letras são dela e as melodias, de Tejo Damasceno (34), produtor musical do disco. "Antes de tudo, continuo sendo atriz. Essa é apenas outra maneira de me expressar", avisa. "Também escrevi uma música em francês, superbonitinha, no estilo da Carla Bruni, que canto em um comercial da Intimus", completa ela, que ainda faz locuções de peças publicitárias e participa da criação de trilhas de filmes - entre as mais recentes estão as dos longas inéditos Lutas e Bruna Surfistinha.
Outra novidade é o lançamento de um livro feito em parceria com quatro amigas que formam com ela o grupo de criação de conteúdo Mulheres da Redação. "É sobre a influência da cultura italiana sobre a brasileira contemporânea. Cuido da parte sobre gastronomia", explica Rachel, que pretende também encenar seu primeiro texto escrito para o teatro. "Sinto necessidade e prazer de me comunicar e trazer coisas novas para o público", diz.
- A entrega ao trabalho influiu no término do seu namoro?
- Passei 2009 entre o Rio, onde gravava, e SP, onde moro, e resolvia questões das outras áreas em que atuo. Com certeza, o fato de trabalhar muito e a distância física atrapalharam. A relação precisa estar madura para sobreviver. Hoje, eu e Joca somos amigos e temos amor e carinho.
- Ficou sozinha em 2009?
- Realmente não namorei no ano que passou. Não tive vida particular. Quis, mas ficando em hotel, morando no meio do caminho, não consegui aprofundar nada. Foi bom para ver que dá para ficar bem sozinha. Amigos me ajudaram a amenizar a vida solitária que se tem morando em hotel.
- Como é o homem ideal?
- Tem que ter bom humor, ser empreendedor. Admiro o homem que batalha e tem propósitos na vida. Precisa também entender meu trabalho e beijar bem (risos). Sou romântica, atenciosa, gosto de fazer uma massagem, um carinho.
- E quando foi que surgiu esse desejo de se tornar mãe?
- Quando meus irmãos começaram a ter filhos. Principalmente depois que nasceu meu segundo sobrinho, o Nicholas, de um ano e meio. Aí percebi que ter filho é um projeto de vida tão importante quanto todos que desenvolvo. Quero ter uns três ou quatro. Tenho três irmãos e considero isso uma das melhores coisas da vida.
- Você chegou a engravidar...
- É verdade. Isso tem uns cinco anos. Tinha me separado do meu primeiro marido e engravidei no início de um namoro. Foi inesperado, mas fiquei muito feliz. Só que na décima semana, ao fazer uma ultrassonografia, descobri que o havia perdido. Foi triste. Muitas mulheres passam por isso, é comum. Ali comecei a querer ser mãe, mas a urgência surgiu mesmo na convivência com o Nicholas.
- E a boa forma é reflexo de uma vaidade excessiva?
- Sinto necessidade de fazer uma atividade física todo dia. Gosto de correr e faço um treino funcional, uma mistura de pilates com yoga, que me ajuda a manter 55 quilos em 1m63. E tento cuidar da alimentação. Gosto de comer bem, mas tenho que ser saudável, pensar na velhice. Evito fritura e refrigerante, e aprendi a gostar de comidas cruas, com fibras, saladas.
- Foi difícil se despir da vaidade e raspar a cabeça para viver a Tatiana de Caras & Bocas?
- Muito, mas quis me desafiar. Vesti a camisa do trabalho. Era sofrido imaginar a situação dela com câncer de mama. Espero ter ajudado mulheres que passam por isso. Esse trabalho foi um recomeço, um presente do autor Walcyr Carrasco. Minha primeira novela inteira em 12 anos e um sucesso! A personagem foi a que mais teve reviravoltas. Hoje, vejo que quando estreei na TV, em Zazá, em 1997, não entendia o veículo. Precisava me estruturar como artista. Daí, me voltei para SP, minha casa artística. Agora, estou mais à vontade, com desejo de investir. E quero fazer comédia.