Durante entrevista ao ‘Roda Viva’, da TV Cultura, o autor Aguinaldo Silva desconversou sobre o fim da novela ‘Fina Estampa’, comentou sobre a criação de seus personagens e reclamou dos seriados nacionais
Aguinaldo Silva (67), autor da novela da Fina Estampa, foi sabatinado durante o programa Roda Viva, da TV Cultura, desta segunda-feira, 12, e deu dicas do que pode acontecer com os personagens de Christiane Torloni (55) e Lilia Cabral (54) no último capítulo da trama global. “Tereza Cristina não vai morrer e nem será presa. O que vai acontecer com ela é meio misterioso. As pessoas ficam sem saber o que aconteceu até a última cena, que essa eu ainda não entreguei. Só vou entregar no mesmo dia do último capitulo. Já a Griselda será escolhida para ser paraninfa da formatura do filho Antenor (Caio Castro, 23) e faz um belo discurso sobre ética e trabalho, retomando o tema da trama”, revelou.
Quanto ao possível namorado misterioso de Crô, vivido por Marcelo Serrado (45), ele simplesmente desconversou, porém, comentou como criou o personagem. “Sempre penso em figuras de desenho animado quando faço estes personagens. As crianças adoram o Crô porque todo o seu gestual é do Pica-Pau. Já Tereza Cristina é o Tom, de ‘Tom & Jerry’, aquele gato horroroso que faz tudo errado e que nunca dá certo”, contou.
Ao falar sobre o propósito principal da novela, Aguinaldo explicou que precisou resgatar a ideia dos primeiros capítulos na reta final da trama. “A novela sempre tem um tema. No caso de Fina Estampa, o que é mais importante em uma pessoa, o caráter ou a aparência? Esse era o tema inicial, mas em uma novela longa, você esquece isso e começa a criar tramas que envolva o telespectador. Quis resgatar no último capitulo esse tema inicial”, disse. “Não sabia (o que podia acontecer durante a novela). Na verdade, entrego uma sinopse que rende no máximo oitenta capítulos e depois disso seja o que Deus quiser”, acrescentou.
Quando perguntado se acredita ser um “craque” das tramas, ele destacou. “Eu me divirto, gosto de escrever, minhas novelas são bem humoradas por causa disso. Quero que as pessoas riam da caricatura de vida que faço nas novelas. Sou o primeiro a rir, mas sempre choro”, afirmou.
Já sobre a importância da dramaturgia para o povo brasileiro, ele valorizou seus projetos. “Não estou preocupado com meu trabalho pessoal. Um veículo que consegue prender milhões de pessoas por sete meses diante da televisão e faz com que discutem os assuntos da trama, não merecia ser desdenhado. E a novela é tratada com desdém. Porque não levam a sério uma novela?”, declarou. “Minhas novelas são muito populares e sempre atraíram este público. Em função da criação desta ascensão da chamada nova classe média, decidiram que temos todos que escrever para eles. Mas não sei se vai funcionar”, reforçou ao falar do público alvo da atração.
Ele, que criou Lara com Z, ainda aproveitou para comentar sobre as minisséries nacionais. “Não temos bons seriados no Brasil. Ainda estamos na primeira fase, das sitcoms, coisas mais leves. E o seriado americano hoje não é mais isso. E precisamos entrar nesse mercado. Para fazer séries temos autores bastante interessantes. O que é preciso fazer é aprender o jeito de se fazer”, afirmou.
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