ÍCONE NA LUTA PELA LIBERDADE NO PAÍS, INSTITUIÇÃO ENALTECE TRAJETÓRIA DA IMPRENSA E PREMIA ASTROS
por Angie Diniz
Criada em 7 de abril de 1908 para acolher todos os trabalhadores da área jornalística, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) comemorou seu centenário mostrando que se transformou em um ícone na luta pela liberdade no país. E vários episódios marcantes desta história emocionaram, além de jornalistas, políticos, atores, músicos, cineastas e escritores que lotaram o Theatro Municipal, no Rio.
Lázaro Ramos (29) e
Christiane Torloni (51) foram os mestres-decerimônias da noite, que lembrou ainda o centenário de morte do escritor
Machado de Assis (1839- 1908) e homenageou dois nomes que se tornaram vítimas da violência contra jornalistas:
Vladimir Herzog (1937-1975), encontrado enforcado na cela em que ocupava no DOI-CODI, em SP, durante a ditadura militar, e
Tim Lopes (1950-2002), assassinado por traficantes no Rio.
"
A ABI nasceu sob a égide da liberdade de pensamento e expressão dos profissionais de imprensa, homens e mulheres que sacrificaram até as próprias vidas pelo direito da informação verdadeira", discursou o vice-epresidente
José Alencar (76), representando o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (62) - que não pôde ir ao evento devido ao aniversário da mulher, d.
Marisa Letícia (58).
"Jornalistas não gostam de ser notícia, mas acabam protagonistas da história, como Fernando Segismundo, único expresidente vivo da ABI, e Maurício Azêdo, que tem o privilégio de estar à frente da instituição no centenário", completou Alencar.
Na cerimônia foram projetados documentos que contavam a trajetória da imprensa no Brasil e mostravam a importância da ABI na política do país, como sua atuação na campanha O Petróleo É Nosso e na derrubada da ditadura do Estado Novo, em 1945. Em seguida, se apresentaram a Orquestra Petrobras Sinfônica, regida pelo maestro
Isaac Karabtchevsky (73), e o cantor
Paulinho da Viola (65). A Associação também fez uma homenagem especial a cerca de 170 personalidades que se destacaram em suas áreas: além de formar a Comissão de Honra do Centenário da ABI, receberam um troféu. Entre elas estão os atores
Tony Ramos (59), que foi à solenidade com
Lidiane Barbosa (55), sua companheira há 38 anos,
Marieta Severo (61), os cantores
Beth Carvalho (61) e
João Bosco (61) - com a mulher,
Ângela - e o cineasta
Zelito Viana (69), também acompanhado de mulher, a produtora
Vera de Paula( 64).
"A ABI é uma instituição investigativa, pela verdade, pela liberdade. Não sou imprensa, mas me sinto parte dela, somos todos comunicadores", afirmou Tony Ramos, que está de férias na TV.
"Às novelas, só volto no ano que vem. Agora estou em reprise (risos)", brincou ele, que pode ser visto na TV em
Cabocla, no ar em Vale a Pena Ver de Novo. Uma outra homenageada, a bailarina
Ana Botafogo (50) contou que pouco antes da comemoração ensaiava no Municipal o balé Giselle, que estreou sábado, 12. "
Estava aqui no teatro, fui em casa tomar banho e voltei", contou ao lado do cônsul-geral da Argentina no Rio,
Luis Eugenio Bellando (49).
Além dos homenageados, participaram da celebração a secretária estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio,
Benedita da Silva (65), com o marido, o ator
Antônio Pitanga (68), e a apresentadora
Liliana Rodriguez.
"A imprensa é o coração de todas as civilizações. Sem imprensa, não há democracia, liberdade, não há direitos humanos", ressaltou Antônio Pitanga.