Em Curitiba, conheça o trabalho e a intimidade do paranaense Zimmermann, considerado um dos principais representantes da arte surrealista brasileira
É em seu refúgio rodeado de árvores, sons de pássaros e na companhia do gato
Luxor e da cachorra
Tebas que
Carlos Eduardo Zimmermann encontra a paz que precisa para exercitar sua inspiração e assim, desenvolver sua arte.
Na casa construída pelos arquitetos
Armando Merege e
Sergio Costa Pinto, Zimmermann em pessoa e em obra pode ser encontrado por todos os cantos.
"Essa casa foi feita para mim, num misto de casa e ateliê. Aqui tem o espaço, a luz e a tranquilidade que preciso", revelou ele ao receber o Portal CARAS.
Entender o sucesso desse paranaense de Antonina não é difícil. A carreira iniciada no final da década de 60 se traduz e muitos prêmios recebidos e fãs de uma obra hoje espalhada pelos lares de colecionadores e museus do mundo.
"Meu momento agora está voltado às gravuras, que são reflexo de meu trabalho anterior que foram dobraduras de parede", conta ele. Animado, Zimmermann anda cheio de planos.
"Meu foco agora será duas novas exposições que quero montar. Uma mais colorida, para dar destaque às gravuras mais recentes, e outra mais sóbria com tema nas telas com jogos de luz e sombra as quais estimularam a ideia inicial das dobraduras de parede", explica.
Disciplinado, Zimmermann nada tem a ver com aquele estereótipo do artista desorganizado, atormentado por seu turbilhão de criatividade. Elegante e preciso, ele se define como um
"comunicador de redescobertas sob o comando do irreprimível impulso de registrar". Em seu dia a dia, o trabalho é uma constante, um exercício.
"As vivências contribuem, às vezes tenho os meus insighths, mas vejo também minha obra como a materialização de uma caminhada coerente, dia após dia", pontua.
A vida cosmopolita que conta com temporadas pela Europa e nos Estados Unidos também fazem dele um eterno viajante.
"Adoro passear por aí. Sempre que posso arrumo a mala". Os destinos próximos mais frequentes são o Rio Grande do Sul e o litoral de Santa Catarina, onde tem grandes amigos.
Em momentos mais introspectivos, o artista também pode ser encontrado desligado do mundo na Ilha do Mel, litoral do Paraná.
"Adoro aquela coisa da ilha, sem ruas, sem carros, sem celular. É ótimo para recarregar energias", conta ele, que, no fim, entrega que tão bom quanto ir também é voltar.
"Curitiba é uma cidade magnífica, que tem crescido e hoje contamos com espaços como o Museu Oscar Niemeyer que são dignos de qualquer grande centro do mundo. Há dias de exposição por lá que são uma oportunidade única de alimentar a alma. Para mim, é reparador", filosofa.