Livre de medos e cobranças, sexo é mais prazeroso na maturidade

por Alberto Lima* Publicado em 08/11/2010, às 14h19

Livre de medos e cobranças, sexo é mais prazeroso na maturidade -
No período da juventude, as mulheres desperdiçam muita energia no esforço de parecerem desejáveis para seus parceiros - e estes cobram tanto o próprio desempenho no momento do sexo que acabam por comprometê-lo. Na idade madura, mais serenos, ambos deixam a sensualidade fluir de maneira natural, o que torna o ato sexual bem mais criativo e gostoso. Quando a idade madura chega, a sexualidade fica melhor. Muito melhor. Os entraves, as caraminholas e as autoexigências relativas ao desempenho dão lugar a uma tranqüila e descomplicada experiência. Se há dificuldades na cama, essas não se devem tanto ao aqui-e-agora. É mais provável que sejam penduricalhos do passado, que se arrastaram ao longo dos anos, sem ser vistos nem trabalhados. Dificuldades não processadas não deixam de existir quando se faz vista grossa a elas. Acumulam-se e podem se agravar. É melhor, portanto, que se dê a elas, desde sempre, a devida atenção. Isso liberará a energia - não só sexual - e permitirá vivências gratificantes. Em grande parte da vida, nos preocupamos demais com fatores que, se não chegam a impedir, ao menos atrapalham o livre fluxo da sexualidade. O homem experimenta temores relativos à potência, à capacidade de ter e de manter uma ereção - não se dá conta de que, na maior parte das vezes, são justamente esses temores que interferem no seu desempenho. Para completar, costuma atribuir à parceira a função de juíza de seu desempenho. Ocupa-se muito com o ser capaz de proporcionar prazer, fazendo do sexo mais uma tarefa entre tantas que os atazanam no cotidiano. A mulher, por sua vez, investe muita libido em apresentar-se desejável, atraente, sedutora, embora nem sempre esteja ciente de quais atributos e maneiras são realmente excitantes para ele. Emprega energia demais na tentativa de adivinhar o que é necessário para manter o parceiro sexualmente motivado, não raro movida pela ingênua crença de que a sexualidade (e, junto com ela, a satisfação do homem) é o que garante a qualidade da relação. Com o amadurecimento, tudo isso dá lugar a uma perspectiva bem mais compatível com a realidade do homem e da mulher, que, agora, se conhecem melhor - a si mesmo e ao outro. Ele sabe quais são seus recursos e limitações, pois viveu uma história longa e significativa. Dispensa-se, então, dos temores e das exigências. Ter cumprido bem as demandas adaptativas é algo que libera o homem para ser quem ele é. E em paz. Ela, mais serena, entendeu enfim de que matéria o amor é formado, então não perde tempo com falsos alicerces. Talvez se possa dizer que, agora, cada um está "na sua". Não há melhor modo de alguém se preparar para estar verdadeiramente com o outro. Não precisam desperdiçar neurônios tentando descobrir do que o outro gosta. A verdade de cada um substitui a contento aquele sem- -número de suposições autorreferentes acerca do parceiro ou da parceira. E, com a cuca mais fresca, o sexo tem muito melhores chances de rolar bem e de resultar em grande prazer. A sexualidade madura não tem de se submeter a apreciações, aprovações e provas de qualquer tipo. Parceiro e parceira conhecem-se melhor, já viram e aceitaram seus aspectos mais sombrios e, por isso mesmo, estão prontos para usufruir suas facetas mais iluminadas. A sensualidade vem para o primeiro plano e confere ao ato sexual um caráter mais relacional, lúdico, criativo. Homem e mulher compreendem que o órgão sexual de cada um é o corpo inteiro. De corpo inteiro, as almas comparecem à cena mais plenas. Você não concorda? Então, agora, chega de blá! Deixe um pouco a revista de lado e... bom proveito.
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