Etimologia

Redação Publicado em 05/10/2009, às 21h45

Ataúde: do árabe at-tabut, caixão, arca, depois consolidando-se para designar o caixão-de-defunto, caixa grande com tampa onde o morto é posto para ser enterrado. Deveria encerrar o morto ali até que tudo tivesse terminado sob a terra ou, de acordo com diversas crenças religiosas, até que os mortos ressuscitem. Bombordo: do holandês bakboord, lado de trás, isto é, lado esquerdo da embarcação, já que as cabines dos navios holandeses eram construídas no lado direito e por isso o lado esquerdo estava às costas do piloto. O francês adaptou a designação para bâbord, de onde chegou ao português como bombordo, em oposição a estibordo, que já foi conhecido também por babos, babordo e cisbordo. A perspectiva de lado direito ou esquerdo dos navios é obtida olhando-se da proa para a popa, isto é, da ré, parte de trás, para a vante, parte da frente. Cabana: do latim tardio cabanna, cabana, choça, choupana, casebre. A Cabana (Editora Sextante), livro do escritor canandense William Paul Young (54), foi lançado originalmente por uma pequena editora dos Estados Unidos e logo alcançou o primeiro lugar na lista dos mais vendidos do jornal The NewYork Times. A tradução brasileira é de Ivanir Calado (56), que assinas suas traduções como Alves Calado. Está há mais de um ano entre os mais vendidos. Estibordo: do holandês stieboord, lado onde está o stier, leme, pelo francês estribord, hoje tribord, lado direito da embarcação. Já foi dito e escrito estribordo no português antigo. A Marinha do Brasil adotou boreste para evitar, nas manobras, confusão com bombordo. Questionário: de questão, do latim quaestione, questão, pergunta, e o sufixo ário, indicando quantidade, série de questões ou perguntas, utilizadas sobretudo em entrevistas, como fez o italiano Giovanni Ricciardi (72), professor, tradutor e pesquisador de Literatura Brasileira, em Biografia e Criação Literária (Editora Unisul), que assim explica seu trabalho: "No final dos anos Oitenta e primeiros anos dos Noventa, entrevistei mais de cento e vinte escritores brasileiros. O questionário focalizava três pontos: a formação do escritor, o ofício de escrever e o destino do texto". O latim antigo tinha quaestionarius, do mesmo étimo, porém com o significado de torturador, algoz. Vampiro: do alemão Wampir, vampiro, designando pessoa morta que volta para sugar o sangue dos vivos. Tanto o sérvio como o eslavônio usaram o étimo russo upir ou upyr para compor as palavras com as quais designaram o espírito maligno, mas a origem remota é o latim sanguisuga, palavra criada pelo historiador inglês William de Newburgh (1136-1198) ao relatar casos de mortos que retornavam do outro mundo para chupar o sangue de pessoas enquanto elas dormiam. Depois que as vítimas descreviam os atacantes, mortos conhecidos da comunidade, eram desenterrados e queimados. No século XVIII, a palavra chegou ao inglês e ao francês como vampir, após a divulgação do relatório de um cirurgião militar, em que várias mortes eram atribuídas ao soldado Arnold Paul ou Paole, que matara diversas pessoas e alegara ter sido mordido por vampiro. Na ocasião do relato, ele já havia morrido, mas seu corpo foi exumado para receber o devido castigo. Ainda que tivesse morrido havia alguns anos, escorria sangue de sua cabeça e mais sangue jorrou quando o cadáver foi açoitado. Na sequência, corpos de oito suspeitos foram desenterrados e, tendo a aparência muito fresca, foram queimados. A Universidade de Sorbonne, em Paris, condenou a violação dos cadáveres, apresentando explicações racionais para os estranhos eventos, endossadas pelo abade beneditino dom Augustin Calmet (1672-1757), mas ele, estudioso da Bíblia, deixou uma porta aberta para causas sobrenaturais. Nos séculos seguintes, o vampiro ganhou ingredientes que iam do gótico ao erótico, de que são exemplos Carmilla, do irlandês Sheridan Le Fanu (1814-1873), e Drácula, de Bram Stoker (1847-1912). Os filmes Nosferatu, de Friedrich Wilhelm Murnau (1888-1931), refilmado em 1979 por Werner Herzog (67), e Drácula de Bram Stoker, de Francis Ford Coppola (70), reavivaram o tema, que renasceu no romance nas décadas de 1970 a 1990 e hoje compõe um gênero literário, em várias línguas, inclusive no Brasil, como os livros de André Vianco.
Arquivo

Leia também

Marido de Isadora Ribeiro morre após sofrer infarto no Rio de Janeiro

Drake tem cartão de crédito recusado durante live: ‘Vergonhoso’

BBB 23: Key Alves diz que nunca leu um livro na vida: "ficava nervosa"

Matheus Yurley tem casa roubada e ameaça: "Não vai passar batido"

Priscilla Alcantara abre álbum de fotos e arranca elogios: ‘Sempre mais legal’

Diretor de 'Travessia' comenta críticas sobre performance de Jade Picon: "normal"