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A LUTA DE XUXA PARA REALIZAR SONHOS

Ela pede apoio para o trabalho social no 20º aniversário de sua fundação

Redação Publicado em 19/05/2009, às 10h35 - Atualizado em 20/05/2009, às 07h51

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Xuxa na Fundação - CADU PILOTTO
Xuxa na Fundação - CADU PILOTTO
Dias antes de completar 46 anos, em 27 de março, Xuxa Meneghel declarou na edição 803 de CARAS que o melhor presente de aniversário seria a adesão de pessoas ao programa de apadrinhamento da sua Fundação, em Pedra de Guaratiba, Rio. O pedido foi atendido por vários amigos. E em menos de dois meses, 150 crianças ganharam padrinhos. Cada um deles arcará com o custo mensal de um baixinho, que é de 330 reais. Apesar disso, Xuxa quer mais apoio para a campanha no ano em que a entidade completa duas décadas: já prestou atendimento direto a mais de 30000 crianças e jovens carentes da região. E precisa, segundo a estrela, de ampla reforma. "Nunca pedi dinheiro, fiz tudo sozinha. Mas estou vivendo um momento diferente, pensando na possibilidade de abrir coisas novas aqui. Com essa grana doada pelos padrinhos, poderei fazer bem mais", explica. Xuxa tem o apoio de conselheiras da instituição, como as socialites Glória Severiano Ribeiro (53) e Gisella Amaral (68). "A melhor produção da Xuxa é a Fundação. Sua doação é exemplo", elogiou Glória que, juntamente com a irmã, Clara Magalhães (51), levou amigas para conhecer a casa. Recebidas pela apresentadora e por Angelica Goulart (53), diretora da entidade, todas ficaram encantadas com o tratamento dado às 350 crianças atendidas diariamente. Entre as principais atividades, oficinas de jiu-jítsu, percussão, hip hop, informática e de novos valores, que ensina o aproveitamento integral dos alimentos. "Xuxa sempre fez benefícios para os outros, mas ficava receosa de pedir para a Fundação. Precisam entender que não é para ela, é para as crianças", observa Gisella. A tarde terminou com uma ora ção para N. S. de Fátima. A imagem da santa veio de Portugal trazida por frei Antônio Geraldo da Silva (58). "Encontrei nas crianças um sentido forte de viver. Transmitem pelo sorriso. A gente vê que estão num processo psicológico de evolução. Assim, conseguem superar o sofrimento familiar para chegar a uma adolescência saudável", traduziu o frei. Xuxa explicou ainda que quem quiser apadrinhar uma criança ou fazer doações é só visitar o site fundacaoxuxameneghel. org.br que encontrará as informações. A idéia dela também é fazer reunião anual com os padrinhos na casa para prestar contas. - A campanha vem na hora em que a Fundação mais precisa? - Sim. Tem muita coisa que quero fazer aqui. Um refeitório, uma cozinha industrial. Precisamos reformar os banheiros. Até pensamos em destruir tudo. Mas quando calculamos o valor de uma sede nova, algo em torno de 6 milhões de reais, começamos a pensar se valia a pena. É caro! Cogitamos fazer um jantar e um show para arrecadar verba. Mas estou com o pé mais no chão. O mundo está vivendo uma crise. Tem que ir aos poucos. Antes tinha receio de abrir a Fundação. Mas preciso que me auxiliem a continuar levando esse sonho à frente. Achava que não aceitariam muito bem esse meu pedido de ajuda. Podiam dizer: 'se ela já cuidou sozinha por 20 anos, porque está fazendo isso agora?' - Existe ainda preconceito? - É só fazer uma pesquisa. Você iria se admirar com as respostas, ouvir coisas que nem eu imaginava que pensavam de mim. Mas não me importo. Ainda mais quando vejo que estou é vislumbrando a possibilidade de um futuro melhor para essas crianças. Cada vez que alguém vem aqui, vê o trabalho, coloca essa sementinha lá fora. Em algum momento isso dará fruto. - Sasha conhece a Fundação? - Ela veio poucas vezes, mas sabe o nome das crianças, quer levar para casa. Outro dia, pegou uns folhetos e carregou para a escola, sem eu saber. Acabaram chamando a atenção dela, não pode distribuir lá. Ela ainda tentou explicar que era para a Fundação. Mas as pessoas estavam certas. Eu que deveria ter perguntado se ela podia fazer. Mas ela ficou arrasada porque viu papéis sendo jogados no lixo. - Quem vem aqui se impressiona com o trabalho? - Tem gente que chega para dar algo e acaba recebendo, sai com energia boa. Ninguém vai embora triste, com pena. As crianças são felizes. Para elas, isso é o melhor. Mas sei que necessitam mais. Um dia uma menina pegou na minha mão e disse: 'se não fosse você, acho que não estaria viva'. Não esqueço. Realmente, se não tivessem essa possibilidade, não sei como estariam vivendo. Minha alegria é ver muitos que passaram por aqui dizerem que não bebem, não se drogam, trabalham, estão na faculdade, moram fora do país. É um sentimento que não se explica.